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ISTOÉ – O que a sra. denuncia começou com o Taniguchi e permanece até hoje. Que outros nomes estão envolvidos?
SILVIA – Com certeza o Marcos Valério e o José Dirceu.
ISTOÉ – Qual seria o envolvimento de Dirceu?
SILVIA – Ele tem contatos com o diretor comercial da Infraero, Fernando Brendaglia. Quando Dirceu esteve em Portugal naquelas negociações com a Portugal Telecom, Brendaglia estava com ele. E Emerson Palmieri, que estava em Portugal com Dirceu, também tem contatos no esquema da Infraero. Ele seria mesmo uma espécie de link entre Brendaglia, Dirceu, Marcos Valério e Cássio Taniguchi. Emerson Palmieri esteve várias vezes nas reuniões na Aeromídia.
ISTOÉ – Em troca do pagamento desse mensalão, o que ganhou a Aeromídia?
SILVIA – Contratos nos aeroportos. Muitas vezes irregulares. Um dos contratos envolve o Duda Mendonça. Um contrato que não poderia acontecer. O pessoal do aeroporto de Brasília me respondeu que era impossível eu fazer publicidade naquela área. No entanto, foi feito sem licitação.
ISTOÉ – E qual era o envolvimento de Duda Mendonça?
SILVIA – Eu veiculava um anúncio que era feito pela agência dele. A questão do Duda ali é que ele não roubava essas migalhas. O contrato era a desculpa para que a agência dele fosse contratada para fazer o anúncio. O que ele pegava em dinheiro grosso mesmo vinha da Brasil Telecom, a anunciante.
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ISTOÉ – O TCU tem encontrado irregularidades também nas obras de ampliação dos aeroportos.
SILVIA – É verdade. Tudo é superfaturado. A Odebrecht, por exemplo, no aeroporto de Recife. A Andrade Gutierrez no aeroporto de Curitiba, OAS no aeroporto de Salvador. Uma empresa de São Paulo ganhou a obra de Brasília e furou o esquema. Eles então trataram de tirar a empresa da obra. A corrupção ali é muito grande. A Infraero investiu mais de R$ 3,2 bilhões
ISTOÉ – Como a sra. pode dizer isso com tanta convicção?
SILVIA – Eu vi tudo isso por dentro. Eu presenciei uma reunião com a construtora DM aqui
ISTOÉ – O novo presidente da Infraero, o brigadeiro José Carlos Pereira, há algum envolvimento dele com esses casos de corrupção?
SILVIA – Não. Mas ele não consegue demitir os diretores porque o esquema montado no passado permanece rendendo muito.
ISTOÉ – No Paraná, dizem que a sra. possui dois CPFs.
SILVIA – Depois de ter feito a denúncia na PF, minha bolsa e meus documentos sumiram misteriosamente. Posteriormente, soube que emitiram CPFs em meu nome. Mesmo que tentem me desqualificar, vou levar minhas denúncias até o fim.
Um comentário:
O que eu acho interessante que que sinto todo mundo surpreso com as notícias da Infraero. Esquecem que o Sr. Carlos Wilson, atual deputado, e portanto imune, é filho do ex-deputado pernambucano que ficou conhecido devido ao chamado "Escandalo da Mandioca". Com essa formação familiar, queriam que o jovém fosse pior que o pai? "Filho de peixe, peixe é!" diz o ditado... Este poço não tem fundo! Walter
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