quarta-feira, 16 de maio de 2007

O nó que não desata

Rio de Janeiro : Tendo chegado ao ponto que chegou (para não repetir o título deste blog ...), agora fica mais difícil desmanchar o nó que foi criado nos morros cariocas.

Os bandidos estão lá em cima, infiltrados no meio das comunidades.

Parodiando nosso presidente, trata-se de um caso de segurança pública.

A polícia vai lá e é recebida a tiros e granadas, tão logo desce de suas viaturas. Revidam ( ou se defendem, já não importa muito) e inocentes morrem no fogo cruzado.

Entre parenteses : alguém já prestou atenção como os policiais atiram ? Alguém já viu algum deles na TV fazendo mira ? Daria para ser diferente ? Não sabemos. Pois bem ... morrem inocentes.

Os morros da vez têm sido os dos complexos da Penha e do Alemão. Pois agora os representantes de associações de moradores daquelas comunidades estão na porta da OAB para pressionar pelo fim da ocupação da Polícia Militar naquelas favelas.

Estariam êles satisfeitos com a convivência delinquente (é de se esperar que não ....) ou estariam (como sabemos que ocorre) sendo ameaçados pelos bandidos a protestar em nome das balas perdidas ?

E agora ? Deve a polícia ficar nos quarteis, deixando os morros sob o controle dos traficantes ? Devem continuar atuando como vêm fazendo ? Este é o nó.

Frequentemente, nos jornais lemos críticas sobre a ação da polícia, emitidas por "especialistas" no assunto. Nunca nos explicaram como alguém se torna um "especialista" nisto. Por outro lado, tais "especialistas" nunca explicam como resolver o problema ... Tudo se restringe a soluções que seriam ótimas se tivessem sido aplicadas antes do nascimento do problema.

E assim caminhamos.

Outro parenteses : enquanto balas perdidas cruzam os ares por aqui, as fronteiras continuam abertas para quem quizer ganhar uns trocados cruzando armas por lá.

"Fiquei muito impressionado com os relatos de atitudes arbitrárias por parte do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM). As pessoas estão perdendo trabalho, escola. Ninguém pode circular à noite. A polícia deveria estar lá para proteger a população, não atormentá-la", disse o presidente da OAB carioca.

"Atormenta-la", foi o termo usado. De uma simplicidade grandiosa. Bingo ! A polícia que chegue lá e proteja a população .... Tudo resolvido ! Os bandidos pararão de atirar e irão embora ! Assim, o Rio será feliz para sempre !

Pelo menos, o governador atual mantém-se firme e satisfeito com a atuação da polícia que , segundo êle, manterá o enfrentamento.

Agora é tarde e guerra é assim.

Está na hora de aprendermos a cessar com hipocrisias baratas e dar, também, apoio aos que estão morrendo (com um salário de fome) para proteger a população.

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