Uma mulher foi presa ontem depois de ter provocado o aborto de um feto de aproximadamente cinco meses. A empregada doméstica Maria de Fátima Alves da Cruz, 23 anos, utilizou três comprimidos do medicamento Citotec para se livrar de uma gravidez indesejada e depois mandou um adolescente enterrar o corpo, em um terreno baldio em Cosme de Farias. O caso está sendo investigado pela 6ª Delegacia de Polícia Civil.
Os agentes agora querem descobrir o paradeiro do homem conhecido apenas como “Val”, o pai da criança, que não tem um relacionamento fixo com Maria de Fátima. De acordo com o depoimento prestado pela presa, foi ele quem comprou o medicamento. Apesar de ter a venda proibida no Brasil, o Citotec foi comprado sem qualquer dificuldade nas mãos de um vendedor ambulante que atua nas ruas do bairro.
Distante das discussões sobre a possível legalidade do aborto, defendido por setor do governo e condenado pela Igreja Católica, a decisão de interromper a gravidez foi o resultado de um drama pessoal vivido pela empregada doméstica. Mãe de duas filhas de 8 e 4 anos, ela não tem companheiro, ganha R$100 por mês, mora em uma casa de um único cômodo com mais sete pessoas e não sabia como iria criar mais uma criança.
“Eu fiquei desesperada, pois não consigo arranjar comida para os meus filhos”, alegou Maria de Fátima, que vai continuar detida e pode ser condenada de um a três anos de prisão. Os policiais só descobriram o ocorrido porque os vizinhos informaram o achado do bebê, desenterrado de uma cova rasa por um cachorro. Depois de expelir o feto, o sangramento intenso impediu que ela saísse de casa para ocultar o corpo, obrigando-a a pedir para um adolescente de 14 anos enterrá-lo.
Acostumados a lidar diariamente com crimes, assassinatos e cadáveres, os policiais da 6ª DP ficaram abalados. “É uma situação dramática e não sei se esta mulher é culpada ou vítima. Quando mostrei a foto, no celular, do feto, ela desabou no choro”, afirmou o agente João Gomes. A delegada Plantonista Heleneci Nascimento ficou chocada. “É uma coisa horrível, pois o corpo estava completamente formado. Agora vamos investigar para saber quem foi mesmo que comprou o medicamento e aonde”, informou a delegada.
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