quinta-feira, 24 de maio de 2007

Piadinha (no país dos desempregados)

O Juvenal tava desempregado há meses. Com a resistência que só os
brasileiros tem, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma
entrevista.
Ao chegar no escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha
exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:
- Qual foi seu último salário?
- "Salário mínimo", respondeu Juvenal.
- Pois se o Sr. for contratado ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o Sr. tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender
pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para
você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns
parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para
Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe
confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente
garantido. Se até amanhã (sexta-feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um
telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira.
Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite
da sexta-feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.
Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a
família e contou as boas novas.
Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa a base de muita
música.
Sexta de tarde já tinha um barril de choop aberto. As 9 horas da noite a
festa fervia.
A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher
de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.
A vizinha, interesseira, já se jogava pra perto do
Juvenal.
E a banda tocava!
E o choop gelado rolava!
O povo dançava!
Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.
Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro
salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio
assustada.
Onze horas e cinqüenta e cinco minutos........
Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela...
Era do Correio!
A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Um cachorro uivou!
Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
-Jogaram água na churrasqueira!
O chopp esquentou!
A mulher do Juvenal desmaiou!
A motoca parou!
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
- Telegrama para o senhor...
Juvenal não acreditava...
Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para
todos.
Silêncio total.
Respirou fundo e abriu o telegrama.
Uma lágrima rolou, molhando o telegrama..
Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.
O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava
- E agora?
Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo
que o encarava...
Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a
gritar eufórico:
- Mamãe morreeeeuuu! Mamãe Morreeeeuuu!!!!!!!

Nenhum comentário: