domingo, 27 de maio de 2007

Poesia

Prisioneira Nação

Vejo no ar um brilho ácido
Que fere e perturba a minha visão
Que cega os olhos de minha consciência
Invade a minha massa cinzenta
Põe travas e amarras na multidão

Como podem ser instrumento grosseiro
De tolas ideologias e doces palavras,
Ferramenta inútil de transformação?
Aceitas o jogo de conquistas baratas
Ao preço de nada, em troco de sua prisão?

Sois então mestres da podre consciência
Que alarga sua mentalidade burra
Alunos de uma mentira que impregna
E esconde a porta de saída
Com sutis hipocrisias, cestas básicas
De ignorância e uma certeza de palavras mudas

Quem sois, se igual te comportas?
Democráticos desejos de realização?
Usam sua imbecil inteligência
Para arrotar um restaurante caro
Um posto ocupado, uma língua estrangeira
Uma farta variedade de sandices, uma elocubração


Sois tão igualmente à célula mater do poder
E aceitas infames fantasias:
“ESTAMOS PENSANDO EM VOCÊ!”
Tens em mente a mesma vontade
Posto que libertos não serás.
Sois prisioneiros cegos de todas as obscuras promessas que teus ouvidos surdos escutaram e tua podre consciência questionou:
Por que não posso eu também estar ali, ficar deitado em berço esplêndido, descansando em meu poder?

Farta e falsa cegueira nacionalista!
Sois tão tolos em suas mentes!
Enganar-se? Por quê? Sois dementes?
Dos filhos desta terra sois semente,
Sois eterna plantação!
Libertas, libertas, que serás então.


de Angela Maria Soeiro Cardoso
Rio de Janeiro - RJ

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